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terça-feira, 30 de julho de 2013

Um conto do autor JARLILSON RICARDO DE OLIVEIRA LIMA SILVA: Aventura nostálgica de uma noite no Recife antigo, à espreita dos fantasmas dos carnavais passados. (PARTE 2)

(CONTINUAÇÃO DO CONTO - 2ª PARTE)


Parte 2

Na rota da nostalgia profunda

Nós pagamos sua cachaça e ele agradeceu nossa cortesia; tomou a sua cachaça e se "deliciou" prazerosamente  ali, em pé, quase próximo a nossa mesa. A dona do bar nos disse que a figura ali presente era um dos mais batalhadores e trabalhadores que o Recife já teve, com sua vida totalmente dedicada ao sustento da família, apesar de hoje ser uma pessoa humilde, bem pobre financeiramente falando, mas, de uma saúde, inteligência e auto-estima incrivelmente invejáveis, muito antigo e conhecido no bairro.
Começamos a falar de garotas e das famosas prostitutas do povão do Cais da Alfândega do Porto do Recife, localidade onde estávamos bem próximos. As prostitutas, atualmente, estão "mais" às escondidas em boates, na maioria dos casos, discretas, visto que o local "atualmente" é muito frequentado por pessoas de todos os tipos, como turistas, as famílias, inclusive até da mais alta sociedade recifense, que se divertem com espetáculos e mega espetáculos de música ao ar livre, encenações teatrais, bares, restaurantes, etc, e que antigamente, a localidade era sinônimo de prostituição. 
De repente, uma voz toma parte de nossa conversa, com o ar da sabedoria e experiência de todas as manhas do local. Era o tal senhor e que, ao meu ouvido, a dona do bar me disse que "livro" de histórias do Recife antigo disponível igual a ele, hoje, é raro. Começamos a prestar atenção e, claro, com muito interesse na sua conversa, quando ele, na maior naturalidade, pediu mais um "quartinho" de cachaça para nós três botarmos na nossa conta; observamos que ele estava com dinheiro e pudemos ver a sua grande "manha" malandra que também foi adquirida com o tempo no local; disse que era para voltar ao saudoso passado, fazendo uma observação que estava muito emocionado por nós três darmos a ele uma verdadeira e rara atenção, e o que poucas pessoas ali presentes o fazem.
Ao som do frevo ao fundo, ele começou a falar das prostitutas locais da sua época, mais precisamente, da época da 2ª Gerra Mundial, onde o Cais da Alfândega era repleto de soldados das forças armadas dos EUA e que tinham como pontos estratégicos cedidos pelo governo brasileiro, bases aéreas e portos de Recife e também da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, para contactar mais rápido e estrategicamente a Europa. Dizia ele que estas prostitutas eram as mais sensuais, belas e mais provocantes do nordeste brasileiro, presentes em massa por toda esta localidade e vindas de diversos bairros da periferia do Recife, interior, outros estados e até de outros países. Elas buscavam os seus clientes no local e, principalmente, os dólares dos soldados dos EUA.
— Eu mesmo já "derrubei" várias polacas! — disse euforicamente ele dando uma estranha gargalhada e inesperadamente se engasgando "aparentemente" sem nenhum motivo para este fato.
Após a sua recuperação do estranho engasgo, ele continuou a explicar que existiam rivalidades e disputas sangrentas entre os clientes delas. 
— Era muito amor mesmo dos clientes com elas... — disse ele com um aspecto facial pensativo, e logo continuando a falar:
— Mas, muitas juras de amor de vários homens para uma só mulher! Hah! Haah! Haaah! Haaaah! — logo gargalhou o velho e sábio homem, deixando escapar por um dos cantos da sua banguela boca um comprido fio de "baba".  
O velho sábio mencionou a história de um famoso homossexual local da época e que morreu a poucos dias atrás, de nome "Lolita", temido por todos e até mesmo por policiais. Quando "Lolita" arrumava confusão, era das grandes. As prostitutas amigas dele e que se metiam em enrascadas com policiais que revistavam elas nos seus "pontos", "Lolita" chegava, discutia sem ter nada a ver com o ocorrido, desviando a atenção dos policiais, e provocando fugas alucinantes de suas colegas. O Velho sábio apontou para a direção onde "Lolita" viveu seus últimos dias: um dos casarões antigos e sem reforma, situado num dos lados desta rua onde estávamos.
A madrugada estava com toda a sua força e a conversa tão interessante que não notamos o anúncio dado pela orquestra do Bloco da Saudade, que seria a "saideira"; a orquestra começou a tocar o último frevo daquela madrugada: "Vassourinhas", em ritmo de frevo canção. Com os maravilhosos bandolins do bloco criando um clima nostálgico naquela rua do antigo bairro. Quando os primeiros acordes do frevo "Vassourinhas" surgiram...
— Tâan! Rân! Rân! Rân! Rân! Râan! Râaan!... — gritamos melodiosamente, como todo bom folião pernambucano grita ao escutar os primeiros acordes do frevo "Vassourinhas".
Paramos bruscamente a conversa aos gritos empolgados e aos pulos dançantes, e o nosso trio, além do velho sábio, começou a curtir tudo aquilo.
Madrugada adentro... A rua começava a ficar novamente cada vez mais deserta. Os últimos músicos do Bloco da Saudade começavam a ir embora. 
Uma rua que teimava em ficar totalmente deserta... Quase deserta... Pois, o nosso trio ainda estava lá, mesmo após o fechamento de quase todos os bares e restaurantes locais. O nosso trio, o nosso professor das profundas, verdadeiras e populares histórias do Recife antigo e a dona do bar em que estávamos, e que estava acompanhada de um filho dela, além de no máximo uns oito transeuntes incrivelmente possíveis de se contar, teimosamente ainda humanizávamos a madrugada do bairro antigo.
— Boa madrugada Padre Cícero — disse uma pessoa que passou por nós, tocando nas costas do velho e sábio homem, cumprimentando-o e logo se ausentando do local.
— Padre Cícero?! — indaguei espantado para o velho homem.
O velho e sábio homem me disse que incrivelmente era como ele era conhecido por apelido, de forma respeitosa, por toda a localidade do bairro do Recife antigo.    
Eu disse a ele que nunca imaginaria encontrar com o "Padre Cícero" próximo ao Cais do Porto do Recife; todos riram e o velho e sábio homem me disse diretamente, após inesperadamente pegar a minha mão e me encarar com um olhar sereno e de humildade:
— Meu filho... — ele ficou alguns segundos pensativo e olhando para mim, e complementou: 
— Só não faço milagres! — boas gargalhadas surgiram de todos do nosso grupo.
Alguns momentos depois, logo após contar alguns fatos engraçados sobre o seu trabalho como um honesto flanelinha e guardador de carros na localidade, o velho e sábio homem começou novamente a sua viagem ao passado...
Ele começou a falar sobre os exercícios noturnos de guerra contra os "supostos" ataques aéreos dos nazistas, onde o governo pernambucano desligava todas as luzes do centro da cidade do Recife para realizar os exercícios militares, deixando a população local menos avisada em pânico, principalmente ao escutarem as sirenes do exercício de guerra. 
Raios traçantes começaram a surgir aos ainda escuros céus do bairro do Recife antigo... A aurora anunciava as proximidades de mais um raiar de um dia pernambucano... Mas... Um dia especial; um promissor dia de uma explosão de alegria... A recifense e humana alegria carnavalesca de mais um esperadíssimo "sábado de Zé Pereira".   

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